quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Mensagem não enviada

Não sei pq vc tá me ignorando hj, fingindo que eu não existo. Espero que seu dia esteja ótimo por isso. Mas não custa me dizer que chegou bem em casa caralho.
E sim tô com raiva de você. Odeio quando vc faz isso.  Pelo menos avisa que vai sumir o dia inteiro. Me diz o que fiz de tão errado assim.
Tô desligando celular pq não aguento mais vc ver minhas mensagens e sequer responder.
Tô triste tô com raiva e só bastava uma msg sua pra eu não morrer de preocupação, de ansiedade.
Se isso foi por ontem desculpa eu não jogar com vc, desculpa a conexão tá uma merda,  desculpa que tornei sua noite pessima.
O que me deixa com mais raiva é que eu tô aqui me sentido mal para caralho chorando me esforçando pra terminar o trabalho e vc sequer sentindo minha falta.
Eu odeio quando vc não diz que me ama de volta. Eu posso querer te matar mas eu sempre falo pq é mais importante que qualquer briga que a gente já teve. Mas você nunca faz isso, eu tenho que tirar isso de você.  E toda vez que isso acontece vc reclama de ter que falar eu morro um pouco por dentro.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Desabafo

aquele desejo mórbido voltou
sensação de vazio, não pertencimento
minha incapacidade de fazer as pessoas a minha volta felizes
como se eu fosse um câncer
uma avalanche que por onde passa leva destruição
tudo culpa minha
não sou boa, perfeita suficiente
minhas falhas falam mais que qualquer qualidade
que falta de vontade (de viver)
sou uma felicidade farmacológica

encapsulada dia-a-dia
sorriso plástico, quase uma máscara colada a minha face
ai de mim descorda, ai de mim ter um dia ruim
se eu to com raiva a culpa é da depressão
se eu to triste eu não tomei o remédio
se eu to bem, que remédio milagroso
nunca sou eu
me reduziram a depressão e ao remédio
me olham como uma bula ambulante
com os os efeitos estampados na cara
se eu morrer, será que finalmente terá sido eu?
ou será a doença que foi mais forte do que jamais fui?
e a lágrima nos olhos. será culpa de quem?
vai que é um defeito de fábrica, um vazamento indesejado
as costas se viram pra mim
as vozes sobem, gritam
e eu tento abafar, minha voz engasga na garganta
não posso mais sequer chorar
tenho que virar estatua, constante
perfeita, presa no museu, que todos querem admirar
mas não chegue perto, ou as falhas vão ressaltar
quanto mais tempo passa mais minha face ( ou a mascara) se corrói
olho no espelho e não vejo nada do que fui ou quero ser
olho pra dentro e vejo tudo pela metade,
destruído pela maré de sentimentos 
aqueles deslocados. perdidos sem rumo
é tristeza que se alojou no peito
as borboletas que voaram 
medo que nos olhos se instalaram
felicidade que na memória se alojou
se trancou, com medo de ser expulsa de mim.
voltei a ter medo da solidão
não dela em si, 
mas da inibição que vem com ela
os impulsos, desejos indesejados
a ânsia de só deitar e dormir, não levantar
não lidar com a decepção estampada no olhar
a reprovação que me persegue onde quer que eu vá
me levem, me joguem ao mar
quem sabe Iemanjá possa me aceitar.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Eu to meio morta por dentro
Como se tudo tivesse meio cinza
Onde a vontade de viver, de ser, tivesse se esvaído de mim.
A menor interação se tornou um castigo
Sorrir, agir, escolher, viver
Vivo em constante ansiedade
Disforia, melancolia e insonia
Meu estomago já não aceita comida
Se revira e vomita
Não posso mais beber
Tenho medo de me afogar
Prazer na vida só quando me faz notar
Quando sorrir e me abraça
Me deixa chorar
Alivio momentâneo
Um banho para minha alma lavar
Como se um pedaço de mim tivesse se atirado ao mar
E eu agora em terra tenho medo de nadar.
Medo de soltar as mãos
Me deixar levar
Só fechar os olhos e sonhar
Tenho medo de sozinha ficar
Metade da cama esfriar
Tenho medo de nunca me amar
Sentir falta de um lugar que nunca pude estar
Me salvem de mim
Tenho medo de me deixar partir

domingo, 7 de dezembro de 2014

E minha tristeza se fez mar
Se antes era lago, que se agitava na ventania
Que eu sabia até onde ia
Agora corro risco de me afogar.
Pois minha tristeza virou mar
E eu não sei navegar.
Começou marola, que molhas os pés e te faz vivo
Virou onda que leva e trás o que tava perdido e escondido
Ganhou força e correnteza
Estava a me puxar e boiando eu fui sem nem pensar
Minha tristeza é esse mar, que não tem pé nem cabelo pra agarrar.
Sinto seu gosto antes de dormir e ao acordar
Como é salgado e solitário esse meu mar.
Agora é tsunami, que começou mansa e foi recuando
Até me devorar e esmagar no fundo
Que de tão denso não vejo o sol, não tem ar.
Como é vasto e frio esse meu mar.
E minha tristeza me afogou.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Você vem e me preenche.
Estava completa antes, mas encontrei mais uma vez o meu lugar.
Em cada parte do meu corpo, sinto você. Minh'alma, machucada de outros tempos, transborda de uma sensação de felicidade, de paz; escapa dos meus olhos, escorre, derrama-se em sua pele em lágrimas brilhantes e felizes que parecem tão confortáveis em seus dedos quanto eu em seus braços.
Dentro de mim, ao meu redor: apenas você. Você que me encontra repetidas vezes, que se afasta para me atingir de novo e de novo, em ondas. Você que me parece mar, tão imenso em mim. Então me perco. Deixo que me puxe, me leve aonde quiser. Abro os olhos e vou contigo sem medo. Não me afogo, flutuo.
E, outra vez, você vem e me preenche.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Aconteceu. Quando eu menos esperava, aquela sensação na barriga revirando quando a gente salta um ou dois degraus sem reparar. A mesma sensação que dá quando a gente acha que se apaixonou sem querer. E cá estou eu, por um instante ínfimo, me permitindo toda a doçura de não saber: nem o que vai acontecer, nem o que quero que aconteça.
Sei - muito bem - que quando isso meus pés encontrarem o próximo degrau, nada disso vai mais importar. Mas até lá, tenho meus cinco segundo em que não sei se estou caindo ou flutuando. E posso imaginar nós dois numa cena construída com tons amarelos e esquecendo que não vai acontecer.
Eu te vi ir embora como uma cobra troca a pele. Devagar, aos pouquinhos, se afastando de mim e me deixando com nada além de vazio.
Eu te vi ser tão mais feliz sem mim, tão mais tranquilo. E uma parte de mim; pequena, suja e egoísta; se ressentiu por ser deixada tão facilmente, ser descartada de modo tão simples.
Eu vi, meu bem, o seu receio de falar comigo e descobrir como eu me sentia, vi sua pena de mim, vi sua vontade de se afastar e ter o que você sempre quis: seu espaço.
Vi, vezes demais, que a saudade que me rasgava não te incomodava. E você seguia. E você segue.
E eu, perdida, confusa, vi nossas fotos, ouvi nossas músicas, vi cada um dos momentos que eram tão nossos
passarem pela minha cabeça de novo e de novo enquanto tentava dormir e não pensar em tudo o que eu queria poder ver mais uma vez: aquele sorriso que era meu e que agora vai se tornar de outro alguém, aquele olhar que fazia todo o resto do mundo parar, aquela veia no seu pescoço que pulsava quando seu coração acelerava.
Mas, de tudo o que vejo, nada me dói mais que ver que nós dois, que devíamos ser tão felizes ainda, não somos mais nada. E os planos interrompidos, os encontros cancelados, tudo o que eu queria te dizer e deixei pra um depois que nunca vai chegar são apenas coisas que guardei embaixo da cama junto com os presentes e cada pedaço da minha vida que foi nossa: bem escondido, porque sei que não posso mais ver você em cada cantinho dos meus dias, porque você não está aqui. E nunca mais vai estar.